A recente notícia sobre o acordo EUA-China trouxe uma onda de otimismo inesperada aos mercados globais. Mais rápido e impactante do que as projeções iniciais, a trégua tarifária bilateral injetou um ânimo considerável, acalmando preocupações sobre uma escalada comercial que ameaçava as cadeias de suprimentos mundiais.
Alívio com o Acordo EUA-China
Este acordo EUA-China representa um alívio bem-vindo, embora os especialistas do Morgan Stanley alertem para a complexidade das relações entre Washington e Pequim, indicando que uma resolução estrutural completa ainda está distante.
A Redução de Tarifas: Um Alívio Além das Expectativas
O ponto central do acordo EUA-China foi o consenso para uma redução temporária das tarifas recíprocas. A euforia do mercado não se deu apenas pelo anúncio, mas pela intensidade e celeridade com que as tarifas foram reajustadas.
Conforme destacado pelo Morgan Stanley, a reversão da escalada tarifária “olho por olho” aconteceu de forma mais incisiva do que se antecipava. Por um período de 90 dias, a partir de 14 de maio, 24 pontos percentuais dos 34% restantes em tarifas recíprocas foram suspensos.
Estimativas apontam que esta medida do acordo EUA-China reduz a tarifa efetiva dos EUA, ponderada pelo comércio com a China, para cerca de 40%, um salto impressionante em relação aos 107% anteriores.
Este resultado é significativamente melhor do que a estimativa-base, que previa uma queda muito mais gradual, demonstrando o poder e a surpresa positiva gerados por este acordo EUA-China.
Impacto Macroeconômico: O Impulso no PIB Chinês
Do ponto de vista macroeconômico, o Morgan Stanley projeta uma tendência de alta moderada para o Produto Interno Bruto (PIB) da China. A suspensão tarifária, resultado direto do acordo EUA-China, atua como uma trégua em um cenário que se aproximava de um embargo comercial bilateral.
Embora as tarifas ainda permaneçam em níveis elevados, essa janela temporária de alívio pode antecipar embarques e impulsionar a produção, aumentando as chances de uma surpresa positiva no PIB do segundo trimestre, atualmente projetado em 4,5% ao ano.
Para o terceiro trimestre, a estimativa que previa uma desaceleração para cerca de 4% agora tem espaço para uma estabilização acima desse patamar, evidenciando a relevância do acordo EUA-China.
Uma Nova Postura: Da Confrontação à Negociação
Analistas de mercado notaram uma mudança significativa na postura de chineses e americanos. O comunicado conjunto sobre o acordo EUA-China sinaliza uma transição de um confronto direto para uma estratégia de negociação mais gerida.
Como parte dessa nova direção, ambos os países concordaram em estabelecer um mecanismo permanente de consultas, que será conduzido por importantes figuras de ambos os lados.
Especialistas, como Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong, expressaram que o acordo EUA-China superou as expectativas após semanas de retórica acirrada.
“Isso é melhor do que eu esperava”, disse Zhang. Ele acrescentou que a notícia é “muito positiva para as economias dos dois países e para a economia global”, aliviando as preocupações dos investidores sobre os danos às cadeias globais de oferta no curto prazo.
Em suma, o acordo EUA-China trouxe um alívio imediato e uma injeção de confiança nos mercados. Embora o caminho para uma resolução estrutural definitiva seja longo e complexo, a atual trégua demonstra a capacidade de ambos os países de encontrar pontos de convergência e gerir suas relações comerciais de forma mais construtiva, beneficiando a economia global.
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